Diário de Notícias | “Competir, Suplantar, Responsabilizar”

Preocupada com a crise política e com as medidas do OE2024 que se mostram muito insuficientes para o crescimento das empresas, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, no seu artigo de opinião no “Diário de Notícias”, dá alguns exemplos do que deveria mudar no Orçamento em prol da competitividade da economia e do país

“Há dias, quando consultava no dicionário o significado de uma determinada palavra, deparei-me com a definição, enquanto verbo transitivo, de «competir», o que me fez pensar. Dizia então esse dicionário, que competir é «pretender suplantar em valor ou qualidade». E veio-me à cabeça que isso é um dos principais objetivos das nossas empresas, que estoicamente têm conseguido superar, dia após dia, as agruras das sucessivas crises que, teimosamente, se lhes atravessam no caminho.

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Entretanto, eis que somos confrontados com a demissão do primeiro-ministro e, com ela, uma possível caducidade da Proposta de Lei do Orçamento do Estado. Se por um lado me preocupa muito o facto de entrarmos numa crise política, por outro, poderíamos ter uma oportunidade. A oportunidade de termos uma nova proposta, desta vez, mais condizente com as necessidades das nossas empresas e dos nossos negócios. Porém, de acordo com notícias de última hora o Presidente da República admite adiar a publicação dos decretos de demissão de Governo e de dissolução da Assembleia da República para depois de 29 de novembro, formalismo que permitirá salvar o Orçamento do Estado para 2024. Teremos de aguardar.

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Se a Proposta de Lei do OE2024 previu uma desaceleração da economia portuguesa em 2024, com o Produto Interno Bruto a crescer apenas 1,5%, não se tornará ainda mais urgente uma aposta em medidas que permitam maior criação de riqueza às empresas e às famílias em prol do futuro? Julgo que é isto que “compete” ao Estado, aos governos e a quem pensa nas propostas que vai apresentar ao país num Orçamento do Estado.

O verbo transitivo «competir» também quer dizer «ser da responsabilidade de ou da competência de». E é bom que o OE que vier a ser aprovado, seja ele qual for, possa fazer jus aos dois significados do dicionário. Que possa «apagar» este sentimento de que há muita coisa que não está bem no nosso país, e que pudesse ser o reflexo da competência do legislador e de quem discute as leis e que essas leis permitam a quem cria riqueza aumentar a sua competitividade e contribuir para o progresso da economia e do país. É pedir muito?”

Leia na íntegra o artigo de Ana Jacinto no “Diário de Notícias”