AS 20 CONCLUSÕES DO CONGRESSO AHRESP 2022

A primeira conclusão, das 20 que resultaram dos trabalhos do Congresso AHRESP 2022, diz que “o turismo é ‘O’ motor da economia nacional, e como tal deve ser apoiado, servindo mesmo de exemplo para formatar outras atividades económicas”. Conheça os pontos essenciais para que o turismo, e em particular as nossas empresas, possam ter sucesso e contribuir para a sustentabilidade da economia do país.

Auditório do Convento de São Francisco, em Coimbra, teve ‘casa cheia’ no Congresso AHRESP 2022

© Nuno Martinho/AHRESP

O Congresso AHRESP’2022, com o mote Sustentabilidade: Utopia ou Sobrevivência? decorreu nos dias 14 e 15 de outubro em Coimbra, no Convento de São Francisco, com o objetivo de pensar e antever o futuro de 115 mil empresas dos setores económicos da restauração, bebidas e do alojamento turístico.

Foi o evento mais mobilizador de sempre realizado pela AHRESP, mas também o maior de que há registo no associativismo empresarial a nível nacional: mobilizou mais de 60 oradores e reuniu mais de 1.100 participantes, entre profissionais, empresários, parceiros, académicos e políticos, que refletiram sobre os problemas e desafios que enfrentam as empresas do turismo, mas também sobre os caminhos a percorrer e as urgentes soluções a implementar para que a atividade turística possa continuar a fazer o que tem feito nos últimos anos, que é alavancar a economia nacional, dando o seu contributo inexcedível para a sustentabilidade da economia nacional.

Neste Congresso foram discutidas as maiores preocupações das atividades económicas do turismo, nomeadamente: sustentabilidade económica e ambiental, reforma fiscal, acessibilidades, otimização da gestão dos negócios, mercado laboral, desenvolvimento e capacitação de profissionais, responsabilidade social, marketing no turismo e transição digital das empresas, gastronomia e o conceito ‘TASCA’ como identidade de marca nacional e internacional, tendo daí resultado as seguintes Conclusões:

  • O turismo é “o” motor da economia nacional, e como tal deve ser apoiado, servindo mesmo de exemplo para formatar outras atividades económicas;
  • O alívio da carga fiscal pode ser determinante para a sustentabilidade das empresas, com particular foco na redução temporária da taxa de IVA, pela sua importância no reforço da capacidade financeira, medida esta que não traria impacto negativo para as finanças públicas;
  • É fundamental que impere a previsibilidade fiscal, assim como se deve simplificar e desburocratizar os complexos processos de acesso às medidas de apoio que vão sendo criadas;
  • Os programas de apoio devem estar ajustados à dimensão das empresas, e direcionados para a redução do endividamento e reconversão da dívida, tendo em consideração que a maioria do nosso tecido empresarial é composto por micro e pequenas empresas;
  • As medidas desenhadas pelo Governo com o objetivo de compensar a escalada dos custos da energia e das matérias-primas são insuficientes, o que tem vindo a comprometer a sustentabilidade do tecido empresarial;
  • O Banco de Fomento para ser uma efetiva mais-valia para as empresas, tem de ser mais ativo, mais forte e com capacidade de execução das verbas de que dispõe;
  • Devem ser criadas linhas de crédito com prazos mais alargados e com mais rapidez na sua execução, assim como o crédito bancário deve ser mais adaptado, diversificando-se as fontes de financiamento;
  • A ausência de medidas para o turismo no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), deve ser compensada por medidas complementares que possam dar resposta às necessidades das empresas do ecossistema do turismo, como aquelas que advém do Programa Reativar o Turismo;
  • Urge pensar num novo modelo económico, mais competitivo e sustentável, que reconheça Portugal como um destino turístico de eleição no segmento do turismo de “Saúde e bem-estar” (wellness).
  • Para fazer face ao atual cenário macroeconómico de incerteza, as empresas devem investir na capacitação dos seus gestores e na otimização dos seus processos e recursos, com maior rigor contabilístico, com revisão constante de fornecedores e com uma gestão integrada toque torne mais eficiente a operação;
  • As pessoas e o seu talento são o principal fator de sucesso de qualquer negócio, sendo a escassez de trabalhadores um dos maiores problemas que o setor enfrenta;
  • Para reter talento são necessárias medidas a vários níveis, e que passam pela dignificação das profissões, pela qualificação dos trabalhadores, por ações de valorização e atratividade das profissões, que não se traduzem apenas na retribuição financeira, mas também em oportunidades de progressão na carreira e em maior flexibilidade horária para permitir maior conciliação do trabalho e vida pessoal/familiar, podendo a contratação coletiva ser um eixo fundamental nestas matérias;
  • A imigração pode fazer parte da solução para a escassez de trabalhadores, desde que feita de forma digna e organizada, sendo para isso urgente que se agilizem os Acordos de Mobilidade já formalizados;
  • Ao nível laboral deve haver menos burocracia e uma maior flexibilidade, que possam atender às especificidades da atividade do turismo, a par de uma redução dos impostos sobre o trabalho;
  • É preciso criar riqueza para então depois a distribuir, razão pela qual se deve investir em medidas que resultem em efetivos ganhos de produtividade para as empresas;
  • O investimento nas acessibilidades é crucial para pensar o crescimento do turismo sustentável num país periférico como Portugal, impondo-se a célere tomada de decisão quanto ao novo aeroporto de Lisboa, não esquecendo a implementação da intermodalidade na ferrovia;
  • Cada vez mais é necessário entender a sustentabilidade como um fator crucial de sobrevivência, em todos as suas valências, nomeadamente ambiental, como um imperativo na estratégia de qualquer empresa;
  • Como resposta aos desafios, deve ser fomentada a literacia digital e a tecnologia, que são recursos valiosos no apoio à gestão e à promoção das empresas do turismo, sendo um fator-chave no desempenho, competitividade e sustentabilidade das empresas, sendo para isso necessário capacitar trabalhadores e gestores;
  • A falta de estratégia das empresas em marketing digital é uma realidade comum ao nosso tecido empresarial, sendo um caminho que deve ser encarado com mais ambição;
  • A nossa Gastronomia e os nossos Vinhos são, reconhecidamente, um dos mais relevantes cartões de visita do país e cada vez mais um produto turístico por si só, devendo-se investir em programas que contribuam para o reconhecimento dos seus níveis de qualidade e excelência, quer para a sua divulgação e promoção.

 

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