LEI DO TABACO | AHRESP pede bom senso na definição de novas regras

Tendo em conta as alterações previstas nesta proposta, em comparação com as anteriores intenções do governo, apresentadas no Conselho de Ministros de 11 de maio, a AHRESP mantém a sua posição, no sentido de considerar que estas são, globalmente, desproporcionais, mas com aspetos discriminatórios, como é o caso da proibição de venda de tabaco nos estabelecimentos de restauração ou de bebidas.

No que diz respeito à proibição da venda através de máquinas automáticas, a AHRESP considera igualmente desproporcional que se proíba a venda através desse meio nos restaurantes ou cafés, sem atender ao investimento realizado.

Já sobre a questão da possibilidade de se fumar nos espaços ao ar livre, a AHRESP considera insuficientes as reduções nas restrições, uma vez que se mantém a proibição de fumar em “esplanadas ou pátios exteriores predominantemente cobertos, independentemente do tipo de cobertura utilizado ou do seu caráter permanente ou temporário, e simultaneamente delimitados, total ou parcialmente, por paredes ou outro tipo de estruturas, fixas ou amovíveis”.

As alterações propostas são muitas e profundas, e os agentes económicos não podem estar sujeitos a constantes mudanças da lei, que alteram substancialmente os pressupostos que nortearam o investimento nos seus negócios.

A AHRESP nunca questionou os malefícios do tabaco e a importância da promoção da saúde, mas esta deve ser feita de forma justa e equilibrada, tendo todos os direitos em consideração. A lei que hoje existe já é bastante restritiva quanto ao fumo em locais passíveis de, efetivamente, prejudicar a saúde de outros, que não dos próprios fumadores, devendo a solução passar antes pelo investimento em formação, educação e sensibilização, a par do apoio das entidades de saúde para quem pretenda deixar de fumar (consultas e comparticipação de medicamentos para cessação tabágica).

Refira-se que a AHRESP enquanto membro integrante do Grupo Técnico Consultivo da Lei do Tabaco, não teve qualquer conhecimento prévio sobre a proposta do governo ou mesmo sobre qualquer intenção de alteração à atual legislação, nem tão pouco foi apresentado à Assembleia da República, como devia, um relatório sobre o impacto da atual lei.

A AHRESP irá acompanhar esta matéria e interceder junto dos grupos parlamentares, apresentando as suas propostas.