Carlos Moura, Presidente da AHRESP
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Com o Natal à porta, muitas empresas portuguesas, do retalho à restauração, estão a reforçar as equipas. A inflação e a escassez de mão-de-obra estão a provocar uma subida dos salários associados a essas contratações temporárias.
Ainda que o cenário seja de incerteza, as empresas portuguesas estão, como é tradição, a contratar trabalhadores adicionais para dar resposta ao aumento da procura associado à quadra festiva, e, por causa da escalada dos preços e da escassez de mão-de-obra, até têm oferecido salários mais altos do que até aqui. As estatísticas mostram, contudo, que, apesar desses aumentos, os ordenados continuam a não conseguir acompanhar a inflação, estando os trabalhadores a perder poder de compra há vários meses.
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Por outro lado, Ana Jacinto, secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) atira que é um erro “pensar-se que o problema [de falta de recursos humanos] se resolve apenas aumentando os salários”. Isto porque tal significa que “o problema de fundo se vai manter”, defende.
Assim, “vamos continuar com falta de trabalhadores disponíveis”, avisa a secretária-geral, defendendo, em alternativa, uma aposta na formação, nos incentivos à procura ativa de emprego, e na valorização e dignificação das profissões. “Também a imigração pode ser uma ajuda, desde que feita através de programas, devidamente organizada e que proporcione a estes trabalhadores condições dignas, de trabalho e de vida”, reconhece. “Por outro lado, também a contratação coletiva pode ter um papel relevante nestas matérias”, sugere ainda Ana Jacinto.
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