Boletim Diário AHRESP (BDA 110) – 03.09.2020

Informações e Esclarecimentos

Inquérito AHRESP

A AHRESP realizou mais dois Inquéritos, um dirigido às empresas do alojamento turístico e outro direcionado às empresas da restauração e bebidas. Os Inquéritos decorreram entre o dia 31 de agosto e o dia 3 de setembro de 2020, tendo-se obtido 1.049 respostas válidas.

Restauração e Bebidas – Principais conclusões:

  • Faturação:
    • 70% das empresas registaram no mês de agosto uma quebra de faturação acima dos 40%;
    • 18% das empresas estimam uma quebra de faturação acima de 75% em setembro em comparação com o mês homólogo;
    • Em setembro, face às estimativas de faturação, 34% das empresas não irá conseguir suportar os encargos habituais (pessoal, energia, fornecedores e outros);
    • Mais de 38% das empresas declaram a intenção de avançar para a insolvência.
  • Salários e Emprego:
    • 9% das empresas não conseguiram pagar salários em agosto;
    • Mais de 24% não vai conseguir manter os postos de trabalho até ao final do ano.
  • Apoios à Manutenção dos Postos de Trabalho:
    • 58% das empresas recorreu aos novos mecanismos de apoio à manutenção dos postos de trabalho;
    • Destes, 42% optaram pelo Apoio à Retoma Progressiva e 58% pelo Incentivo Extraordinário à Normalização da Atividade.
  • Apoios Financeiros:
    • 61% das empresas recorreram a financiamento ao longo da pandemia.
    • Apenas 7% das empresas já recorreram ao reforço da linha de microcrédito do Turismo de Portugal;
    • 22% referiu já ter recorrido à linha de crédito de 1000 milhões de euros aplicada às micro e pequenas empresas.

Alojamento Turístico – Principais conclusões:

  • Faturação:
    • Cerca de 12% das empresas não faturaram no mês de agosto;
    • Para o mês de setembro, cerca de 24% das empresas estimam uma taxa de ocupação máxima até 10%;
    • 17% das empresas perspetivam ocupação zero;
    • 16% das empresas declaram a intenção de avançar para a insolvência.
  • Salários e Emprego:
    • Mais de 19% das empresas não conseguiu pagar salários em agosto;
    • 16% não vai conseguir manter os postos de trabalho até ao final do ano.
  • Apoios à Manutenção dos Postos de Trabalho:
    • Apenas 29% das empresas recorreu aos novos mecanismos de apoio à manutenção dos postos de trabalho;
    • Destes, 61% optaram pelo Apoio à Retoma Progressiva e 39% pelo Incentivo Extraordinário à Normalização da Atividade;
  • Apoios Financeiros:
    • Apenas 32% das empresas recorreram a financiamento ao longo da pandemia;
    • 12% das empresas já recorreram ao reforço da linha de microcrédito do Turismo de Portugal;
    • Apenas 9% referiu ter recorrido à linha de crédito de 1000 milhões de euros aplicada às micro e pequenas empresas.

 

Reino Unido mantém Portugal como País seguro

Portugal continua fora da lista negra de viagens do Reino Unido. A decisão foi hoje anunciada pelo Governo Britânico que garantiu estar a acompanhar de perto a evolução do número de casos Covid em diversos países. A confirmação de que Portugal se mantém na lista de países seguros vem afastar por mais algum tempo o receio dos turistas britânicos de terem de cumprir quarentena obrigatória no regresso a casa após as férias.

 

Pagamentos com cartão a regressar à normalidade, mas setor do turismo continua afetado

De acordo com o Banco de Portugal, em julho de 2020 as compras realizadas com cartões registaram uma variação homóloga -8,7%. Os dados relativos a agosto, para o período entre 10 e 23, mostram que as compras nacionais com cartão apresentaram, pela primeira vez desde o início da pandemia, taxas de variação homólogas positivas em duas semanas consecutivas. Estes números sugerem que a retoma da atividade económica tem sido, em grande parte, impulsionada pela procura nacional. Contudo, o regresso à normalidade em julho não foi transversal a todos os sectores. As atividades relacionadas com o turismo (alojamento e restauração) continuaram a ser das mais afetadas pela pandemia de COVID-19. Consulte mais informação aqui.

 

Diminuição do prazo de garantia para acesso ao subsídio de desemprego ainda por aplicar

O Orçamento Suplementar veio determinar que as pessoas que perderam o emprego durante o estado de emergência e calamidade podem aceder ao subsídio de desemprego se apresentarem, no mínimo, 6 meses de contribuições para a Segurança Social nos últimos 2 anos, ao invés dos 12 meses exigidos em condições normais. No entanto, mais de um mês após a entrada em vigor do Orçamento Suplementar, os pedidos de subsídio destes novos desempregados ainda não estão a ser atribuídos consoante as novas regras. A diminuição do prazo de garantia ainda está em fase de operacionalização pelos serviços da Segurança Social, não tendo ainda aplicação prática nos pedidos registados e deixando milhares de indivíduos sem qualquer rendimento. 

MEDIDAS propostas pela AHRESP

 

Lei das Beatas entrou hoje em vigor

Terminou hoje o período transitório de 1 ano previsto na Lei n.º 88/2019, de 3 de setembro, para que os estabelecimentos se pudessem adaptar ao cumprimento do disposto no diploma, designadamente à instalação de cinzeiros e outros equipamentos para resíduos.  Até à presente data a AHRESP não viu esclarecidas as questões essenciais para que os operadores económicos possam cumprir cabalmente com o diploma. Desta forma, e atendendo a que o Governo não disponibilizou, no prazo legalmente previsto, um sistema de incentivos, nem promoveu quaisquer campanhas de sensibilização dirigidas aos consumidores e responsáveis pelos estabelecimentos, a AHRESP continua a defender que a lei deveria ter sido alvo de uma moratória, apelando agora ao bom senso por parte das entidades fiscalizadoras junto dos estabelecimentos de restauração, bebidas e alojamento turístico. Veja aqui entrevista de Ana Jacinto

 

Conversão de Garantias de Estado em incentivos a fundo perdido

A AHRESP defende que as Garantias de Estado já concedidas ou a conceder, devem ser convertidas em incentivos não reembolsáveis (fundo perdido) como reforço da liquidez nas empresas, evitando o sobre-endividamento, permitindo com isso a sobrevivência das mesmas e a garantia dos seus postos de trabalho.

 

Prorrogação das moratórias fiscais e financeiras

A AHRESP defende a prorrogação das moratórias fiscais e financeiras no decorrer do ano 2021, face à lenta e tímida retoma da atividade económica.