Carlos Moura, Presidente da AHRESP
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O Banco de Portugal (BdP) prevê que este ano e nos próximos dois a economia portuguesa cresça a um ritmo mais robusto, na ordem de 2,7% em 2023, 2,4% em 2024 e 2,3% em 2025. Estas projeções do BdP são mais otimistas face às apresentadas em março pelo governo, que apontavam para crescimentos ligeiramente mais baixos, de 1,8% em 2023 e de 2% para os dois anos seguintes.
Neste panorama, prevê-se que o crescimento económico seja baseado sobretudo no aumento das exportações (com foco no turismo) e do investimento, este último impulsionado pela efetiva execução dos fundos europeus. O BdP prevê ainda um crescimento do emprego de 0,6%, em média anual, até 2025, bem como, uma tendência de aumento dos salários.
Os dados do BdP estimam também uma contínua redução da inflação, de 5,2% para este ano (ao invés dos 5,5% previstos em março), de 3,3% para 2024 (ao invés dos 2,4% anteriormente previstos) e de 2,1% para 2025, refletindo um aliviar das pressões inflacionistas externas.
Não obstante estas perspetivas positivas e bastante animadoras para os próximos tempos, a AHRESP encara esta trajetória e tendência de crescimento da atividade económica nacional com prudência, já que permanecem alguns riscos, nomeadamente, o agravamento das tensões geopolíticas e financeiras globais que poderão fazer abrandar o crescimento económico.
Apesar da recuperação dos setores afetos ao turismo em 2022 e dos resultados bastante promissores dos primeiros quatro meses de 2023, os ganhos nem sempre são suficientes para fazer face aos custos crescentes das empresas de restauração e similares e do alojamento turístico, principalmente quando falamos em micro e pequenas empresas, que continuam a apresentar níveis de rentabilidade baixos, face a todo o contexto inflacionista e economicamente adverso que estamos a atravessar.