Carlos Moura, Presidente da AHRESP
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Ciente dos muitos desafios que o ano de 2023 já está a representar para as empresas, Carlos Moura, Presidente da AHRESP, quer focar-se na busca de soluções, e no maior envolvimento dos associados com a sua Associação, aproveitando para anunciar a realização, a 29 de março, em Ponta Delgada, do Fórum de Valorização das Profissões, um dos 13 eventos que a AHRESP irá promover este ano, percorrendo o país.
Carlos Moura | Presidente da AHRESP
O novo ano começou com velhos problemas, agravados por uma guerra na Europa, de extensão e duração desconhecidas, e que se juntam aos enormes custos de contexto, à burocracia excessiva e à carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, fatores que continuam a desequilibrar o balanço das empresas, que têm uma latitude zero para agirem sobre os maiores problemas que ameaçam a sua gestão sustentável: fragilidade das tesourarias e escassez de pessoas disponíveis para trabalhar no Alojamento Turístico e na Restauração e Similares.
Os números das receitas turísticas em 2022, como sabemos, foram positivos, mas não têm tradução nas margens obtidas pelas empresas, fruto do aumento dos custos, especialmente de energia, combustíveis e matérias-primas, sobretudo alimentares, tal como a AHRESP tem vindo a alertar e que o INE veio comprovar através dos seus últimos dados conhecidos.
É por demais evidente que as empresas não têm repercutido nos seus preços, pelo menos não na totalidade, todo o aumento a que têm estado sujeitas, mas esta situação é insustentável no curto/médio prazo, além de criar nos empresários o sentimento de que “não compensa” ter um negócio aberto, situação que devemos evitar a todo o custo, pelo dano que causa à nossa economia, e às nossas pessoas.
O tecido empresarial do Alojamento Turístico e da Restauração e Similares continua a precisar de muita atenção, mas, sobretudo, de muita ação, para que possa cumprir a sua missão económica e estratégica para o país.
A AHRESP tem trabalhado, em diálogo constante com o Governo, sinalizando a necessidade de implementação de medidas de alívio que permitam a consolidação das tesourarias das nossas empresas. E foi com satisfação que assistimos ao anúncio do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços da Linha Consolidar +Turismo com candidaturas abertas a partir de 1 de fevereiro para apoiar as necessidades de tesouraria das empresas, nomeadamente as relativas aos reembolsos de prestações de capital devidas às instituições de crédito resultantes de empréstimos contraídos no âmbito de linhas de crédito Covid.
Mas, mais uma vez, não se apostou na aplicação universal das medidas, excluindo-se do apoio as empresas que recorreram ao microcrédito do Turismo de Portugal (TP), e que constituem uma grande fatia do bolo das empresas com dívida contraída durante a pandemia. Nesse sentido, estamos a trabalhar com o governo e com o Turismo de Portugal para se encontrar uma resposta eficaz que possa mitigar os encargos no curto prazo, no mínimo, através de moratórias ou diferimento dos reembolsos.
Escassez de trabalhadores (ainda) na ordem do dia
Não é um problema novo, uma vez que já antes da pandemia a AHRESP sinalizava que a falta de milhares de pessoas para trabalhar no Turismo amputava a capacidade das empresas para crescer, investir e prestar o serviço de excelência que as caracteriza. Ao contrário do que prevíamos, a situação agudizou-se.
Já debatemos este tema em abril do ano passado, no Porto, na Conferência AHRESP: | Mercado de Trabalho – que profissionais teremos amanhã? Nessa ocasião foram identificados muitos dos desafios que enfrentamos nos nossos setores e apontados caminhos que deviam ser seguidos.
Passado um ano, pouco ou nada se alterou e por isso vamos “voltar à carga” em 2023, insistindo neste tema que é absolutamente crucial para a viabilidade das nossas empresas e para a atividade do Turismo nacional na sua globalidade. Será já a 29 de março que iremos realizar o Fórum de Valorização das Profissões, em Ponta Delgada, nos Açores, um dos 13 eventos que temos previstos, sobre os mais pertinentes temas, percorrendo o país, num claro investimento da AHRESP numa política de maior proximidade aos empresários.
Esta será uma oportunidade para a associação se envolver mais com os empresários, auscultar as suas dificuldades específicas e ter um feedback mais próximo dos problemas concretos do tecido empresarial no contexto do enquadramento nacional e regional, contando com a participação das nossas tutelas, na procura de soluções para os problemas das empresas.
Esta é a prova de que a AHRESP está empenhada em conhecer e ouvir mais os seus Associados. E esse é nosso mote para 2023. A AHRESP (cada vez) mais perto de si.
Carlos Moura
Presidente da AHRESP