Carlos Moura, Presidente da AHRESP
Seleção Gastronomia e Vinhos
BEST WINE SELECTION
Guia Boas Práticas
“A sazonalidade tem diminuído imenso devido aos novos produtos turísticos”
António Ceia da Silva conta como o Turismo do Alentejo e Ribatejo tem apostado no desenvolvimento da oferta em novos produtos turísticos para atrair visitantes internacionais durante todo o ano, o que é visível nos estabelecimentos de Restauração e Alojamento. Os Caminhos de Santiago são a próxima aposta.
Texto Luís Carlos Soares | Fotos e vídeo Nuno Martinho
Os empresários da Restauração e Alojamento podem continuar a contar com o crescimento das regiões turísticas que lidera?
Os números vão continuar a aumentar significativamente, até porque estamos a desenvolver um projeto que para nós é estruturante, que são os Caminhos de Santiago, que vão trazer milhares de pessoas durante todo o ano. Isto também vai ser muito bom para a Restauração e Alojamento, porque esses turistas acabam por ir a bons restaurantes e espaços de enoturismo, fazendo a atividade turística fruir de uma forma diversificada.
Os novos produtos turísticos qutêm desenvolvido estão a permitir reduzir a sazonalidade? Sim, a sazonalidade tem diminuído imenso devido aos novos produtos turísticos que surgem. Na costa litoral alentejana, por exemplo, está-se a trabalhar no projeto da Rota Vicentina, cujos percursos pedestres são percorridos por muitos turistas estrangeiros durante todo o ano. Graças a isso, antes havia restaurantes que abriam quatro meses por ano, que agora encerram um mês por ano. No final de outubro estive num restaurante em Mértola, na ponta contrária ao litoral, onde eu era o único português. Estava cheio de turistas estrangeiros que tinham acabado de fazer cycling e walking. Isto era impensável há três ou quatro anos.
Quão importante é o produto turístico Gastronomia e Vinhos para esta região?
Embora todos os produtos turísticos sejam muito importantes, quando se fala em Alentejo e Ribatejo, fala-se em regiões onde se come muito bem, pelo que a Gastronomia e Vinhos é muito importante. Neste momento estamos a trabalhar este produto na Lezíria do Tejo, onde acabámos de lançar o guia de restaurantes certificados e a Carta Gastronómica do Ribatejo, que é uma autêntica monografia cultural daquele território.
A AHRESP tem vindo a assinalar a dificuldade em atrair recursos humanos para o setor turístico. Partilha desta preocupação?
Esse é o grande problema do Turismo, não só desta zona, mas do país. Nem se fala de mão de obra qualificada, fala-se de mão de obra no geral. Todos os empresários nos dizem que faltam pessoas, por isso, necessitamos obviamente de ter uma grande aposta na formação, mas também precisamos de importar quadros, o que é cada vez mais notório.
Como avalia a atividade da AHRESP na região? A AHRESP tem tido um papel muito importantíssimo ligado à iniciativa privada, particularmente ao pequeno e micro empresário, que é aquele que mais precisa de ajuda, de alguém que o possa ajudar no seu percurso. A AHRESP desempenha esse papel, o que é digno de referência.