As 12 conclusões do Fórum para a Valorização das Profissões

O primeiro evento do ano promovido pela AHRESP realizou-se esta quarta-feira, em São Miguel, nos Açores. Um dia inteiro de debate, partilha de experiências e reflexão sobre as estratégias que se podem implementar para minimizar o grave problema de mão de obra, transversal às atividades turísticas. Repensar formas de contratação, reorganizar os horários, reduzir a carga fiscal e contributiva sobre os rendimentos do trabalho são alguns dos temas-chave identificados nas conclusões a que chegaram os participantes do evento. 

A AHRESP promoveu esta quarta-feira o Fórum para a Valorização das Profissões, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores. O evento, que reuniu mais de uma centena de participantes no hotel Azoris Royal Garden Leisure & Conference, contou com as participações de Carlos Moura, presidente da direção da AHRESP, Pedro Nascimento Cabral, presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, e Berta Cabral, secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas.

Ao longo do dia, em três painéis, especialistas de diversas áreas expuseram as suas visões sobre a temática da valorização das profissões, uma necessidade que a AHRESP reforça constantemente como sendo fundamental para mitigar o problema da falta de mão de obra no setor do turismo.

Após uma análise dos contributos prestados pelos diversos especialistas das diferentes áreas e do profícuo debate nos diversos painéis, os participantes validaram as seguintes conclusões:

  1. Ao nível laboral, as empresas de vários e distintos setores enfrentam desafios muitas vezes comuns, especialmente no que diz respeito à forma de contratação e à organização dos tempos de trabalho, sendo importante para a produtividade e para a empregabilidade a criação de mecanismos que atendam às especificidades dos negócios e permitam uma melhor adaptação entre a procura a oferta.
  2. Os custos financeiros, mas também burocráticos, a cargo das empresas são ainda demasiado elevados e consomem tempo que não é utilizado para desenvolvimento dos negócios.
  3. A instabilidade legislativa ao nível laboral tem sido, ao longo dos anos, um fator de insegurança e instabilidade nos negócios, prejudicando a nossa competitividade e desincentivado o investimento.
  4. Para uma melhoria generalizada nas condições do trabalho, é fundamental que as empresas operem num ambiente que lhes permita criar riqueza e a possam distribuir, razão pela qual se deve investir em medidas que resultem em efetivos ganhos de produtividade.
  5. As empresas de Alojamento Turístico e de Restauração e Bebidas devem procurar empreender estratégias criativas para captação e retenção de profissionais, que devem ir para além da retribuição e que podem passar por práticas de reconhecimento, garantias de progressão na carreira, uma melhor conciliação entre vida profissional e vida familiar e organização dos horários de trabalho.
  6. Devem promover-se iniciativas e mecanismos de valorização das profissões.
  7. É urgente uma aposta séria e estruturada na qualificação dos trabalhadores do turismo, promovendo-se um sistema de ensino dual, complementando a aprendizagem com a experiência prática.
  8. Deve haver um reforço das soft skills, das áreas comportamentais, das línguas e das competências digitais, preparando os trabalhadores deste setor para uma economia crescentemente digital e globalizada.
  9. É necessário o desenvolvimento e implementação de um programa de formação de início de carreira, de curta duração, para as categorias profissionais mais carentes de mão-de-obra qualificada, que facilite o acesso à profissão. Estas formações devem ser divulgadas e promovidas junto de desempregados e de ativos de outras áreas de atividade que desejem iniciar uma carreira nas empresas de Alojamento Turístico e de Restauração e Bebidas.
  10. A imigração pode e deve ser encarada como fazendo parte da solução, desde que de forma controlada e com garantia de condições dignas de trabalho e de vida. Para isso, o poder público deverá ainda rever os atuais mecanismos de legalização para trabalhadores por conta de outrem e de reconhecimento de habilitações, que devem ser agilizados.
  11. É imperiosa a redução dos encargos fiscais e contributivos sobre as empresas e trabalhadores, em particular a Taxa Social Única (TSU) a cargo das empresas, de modo a proporcionar-se mais e melhores condições salariais.
  12. Deve promover-se, definitivamente, a eliminação e redução de custos de contexto e processos burocráticos, ajustados à realidade de micro dimensão do tecido empresarial da restauração, similares e do alojamento turístico.

 

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