Carlos Moura, Presidente da AHRESP
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Na alimentação, as gorduras trans ou ácidos trans são ácidos gordos insaturados que podem ocorrer naturalmente ou serem produzidos industrialmente. Apesar de serem recentes na nossa alimentação, tornaram-se presentes em vários produtos alimentares pela faculdade de prolongarem a vida útil dos produtos, mas com impactos negativos na saúde. Informe-se, investindo na disponibilização de produtos mais saudáveis.
As gorduras trans, ou ácidos gordos trans, são ácidos gordos insaturados que prolongam o tempo de vida útil dos produtos. Surgiram na nossa alimentação há pouco tempo, no início do séc. XX, mas rapidamente se tornaram presentes em vários produtos alimentares, pois devido às suas caraterísticas são utilizados como ingredientes nos produtos de pastelaria.
As gorduras trans podem ocorrer naturalmente ou ser produzidas industrialmente através de três processos distintos:
No aparelho digestivo de animais ruminantes – exemplo vaca e ovelhas. Trata-se de um processo natural, e é a que produz menor quantidade de ácidos gordos trans.
Hidrogenação industrial das gorduras polinsaturadas, que consiste em converter óleos vegetais líquidos em sólidos. Esta hidrogenação parcial permite o aumento da vida útil das gorduras e confere uma consistência mais apelativa, no entanto torna estas gorduras muito prejudiciais para a saúde.
Aquecimento e fritura de óleos vegetais a altas temperaturas.
As gorduras trans podem ser identificadas através da lista de ingredientes, pelas denominações “gordura totalmente ou parcialmente hidrogenada” ou “óleos totalmente ou parcialmente hidrogenados”.
Milhares de mortes por ano são atribuídas à ingestão de ácidos gordos trans produzidos industrialmente. A ingestão de elevadas quantidades de gordura trans aumenta significativamente o risco de doença cardiovascular, pois esta gordura aumenta o colesterol LDL (mau colesterol) e diminui o colesterol HDL (bom colesterol).
Os óleos parcialmente hidrogenados são a principal fonte de gordura trans produzida industrialmente e um ingrediente de vários produtos alimentares, como a margarina, gordura vegetal, alguns alimentos fritos e produtos de pastelaria.
A remoção dos óleos parcialmente hidrogenados resulta em benefícios substanciais para a saúde, com vantagens quando estes são substituídos por óleos ricos em ácidos gordos polinsaturados (por exemplo óleo de milho, óleo de girassol e óleo de soja) ou óleos ricos em ácidos gordos monoinsaturados (por exemplo óleo de canola, azeite e óleo de amendoim). A escolha de gorduras e óleos alternativos dependerão de diversos fatores e serão influenciadas pela disponibilidade, custo e a adequação à receita final.
A Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, publicada no Despacho n.o 11418/2017 de 29 de dezembro de 2017, preconiza que para as gorduras de origem industrial vendidas para o fabrico de géneros alimentícios, bem como no produto final, deve ser estabelecido um teor em ácidos gordos trans não superior a 2 g por 100 g de gordura. Adicionalmente, em maio de 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu um plano de ação – REPLACE – para apoiar os diversos países no cumprimento do objetivo comum de eliminação da gordura trans na alimentação humana, até 2023.
A alimentação deve ser variada e equilibrada. As gorduras de um modo geral devem ser consumidas com moderação e devemos sempre optar pelas mais “saudáveis”.
A leitura dos rótulos deve fazer parte da rotina durante a aquisição dos géneros alimentícios: evite os produtos que possuam na sua lista de ingredientes designações como “gordura totalmente ou parcialmente hidrogenada” ou “óleos totalmente ou parcialmente hidrogenados”.
Promova a substituição de gorduras trans produzidas industrialmente por gorduras e óleos mais saudáveis.
As gorduras trans são prejudiciais para a saúde e o seu consumo deverá ser evitado o mais possível.
Para esclarecimentos adicionais, contacte-nos através do nosso número geral 213 527 060 (Sede Lisboa), ou diretamente para a sua Delegação da AHRESP. Pode também enviar a sua questão para Delegação da AHRESP. Pode também enviar a sua questão para diana.manita@ahresp.com.