Carlos Moura, Presidente da AHRESP
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Apesar da evolução positiva do turismo este ano, a AHRESP sublinha que as empresas do Canal HORECA enfrentam novos desafios de sustentabilidade económica, financeira, social e ambiental, temas que migram para 2023 e que são fundamentais, em particular as micro e pequenas empresas. Pese a incerteza, o Presidente da AHRESP, Carlos Moura, assegura que “as atividades que representamos continuarão a ser determinantes para o desenvolvimento do país e para o bem-estar das famílias”
Carlos Moura | Presidente da AHRESP
Comparando com o ano de 2019, este ano, o turismo nacional bateu recordes de receitas e dormidas. Um cenário positivo para a atividade que foi mais afetada pela pandemia, e que consegue, ainda assim, e uma vez mais, alcançar o estatuto de “motor da economia nacional”, facto reconhecido pelo próprio ministro da Economia, ao afirmar que “O turismo deve servir de exemplo para formatar outros setores da economia”.
A afirmação de António Costa e Silva, no passado mês de outubro, em Coimbra, por ocasião do Congresso AHRESP, não pode deixar de encher de orgulho todos os players do turismo que num passado recente se depararam com restrições ao funcionamento dos estabelecimentos, quando não mesmo proibições de exercer a sua atividade. Apesar da constante incerteza, tiveram a capacidade de inovar e de se reinventar, dando a todos um testemunho de uma resiliência ímpar.
Todos os players do turismo que num passado recente se depararam com restrições ao funcionamento dos estabelecimentos, quando não mesmo proibições de exercer a sua atividade. Apesar da constante incerteza, tiveram a capacidade de inovar e de se reinventar, dando a todos um testemunho de uma resiliência ímpar
E quando todos julgávamos que tínhamos conseguido, com maior ou menor esforço, vingar e superar a maior crise vivida em décadas, eis que nos deparamos com um novo horizonte de incerteza.
A guerra na Ucrânia, a escalada da inflação, com os preços das matérias-primas, da energia e dos combustíveis dispararam para valores nunca vistos há 30 anos e ainda a evolução rápida das taxas de juro, impacta sobremaneira a atividade do Turismo. Mais uma vez se pede um esforço adicional aos agentes económicos, que não conseguem refletir no preço a pagar pelo cliente, os aumentos que os próprios tiveram, mas com isso veem o esmagar das margens e o agravar da situação financeira das empresas. Em resultado, as receitas até podem subir, mas os proveitos diminuem.
Esta é a dura realidade que impende sobre um tecido empresarial com tesourarias débeis, com dívida contraída e com dificuldades na contratação de pessoas. Recentemente, nem S. Pedro ajudou, e a chuva, tão bem-vinda e necessária, desta vez veio criar mais constrangimentos aos negócios nas regiões mais afetadas.
A AHRESP crê que estas atividades irão cruzar a meta desta difícil maratona, juntamente com a Associação que os representa, e que tudo tem feito para ajudar os empresários a terem o fôlego necessário para que as suas empresas sejam sustentáveis e continuem a participar neste movimento económico de recuperação do país
Mas mais uma vez, e como sempre, a AHRESP crê que estas atividades irão cruzar a meta desta difícil maratona, juntamente com a Associação que os representa, e que tudo tem feito para ajudar os empresários a terem o fôlego necessário para que as suas empresas sejam sustentáveis e continuem a participar neste movimento económico de recuperação do país. Mas para isso, urge a criação de mecanismos que contribuam para ajudar as empresas a ultrapassarem as dificuldades e desenvolver um ambiente favorável ao seu funcionamento. Só assim podem desempenhar o seu papel mais relevante – gerar riqueza e criar emprego, desde logo diminuindo-se a carga fiscal e os elevados custos de contexto, financeiros e burocráticos.
Continuaremos a ser os arautos, não da desgraça, mas da esperança e da defesa destas atividades, junto da Assembleia da República, do governo central e local e dos Governos Regionais, levando-lhes aquela que é a realidade e a vivência dos nossos empresários, e das dificuldades que sentem no seu dia-a-dia, para que assim se encontrem as melhores soluções para os problemas sentidos.
A AHRESP irá realizar um plano de 13 eventos planeados para 2023. A maioria desses eventos terá cariz regional, privilegiando a proximidade e o melhor acompanhamento dos empresários, que são quem melhor conhece as características e as especificidades dos seus territórios, a par dos poderes locais, com quem dialogaremos em busca das necessárias soluções
Para nos alinharmos com esse propósito, a AHRESP irá realizar um plano de 13 eventos planeados para 2023. A maioria desses eventos terá cariz regional, privilegiando a proximidade e o melhor acompanhamento dos empresários, que são quem melhor conhece as características e as especificidades dos seus territórios, a par dos poderes locais, com quem dialogaremos em busca das necessárias soluções.
Deixamos o ano de 2022 com um misto de sentimentos. Por um lado, de satisfação pela superação que demonstrámos, mas por outro bem cientes dos novos desafios, de sustentabilidade económica, financeira, social e ambiental, temas que migram para 2023 e que são absolutamente fundamentais.
Pese embora a incerteza que prevemos vir a enfrentar, temos a clara noção de que as atividades que representamos continuarão a ser determinantes para o desenvolvimento do país e para o bem-estar das famílias.
A AHRESP, e toda a sua equipa, desejam-lhe um Feliz Natal e um melhor ano de 2023.
É nisso que acreditamos e é para isso que trabalhamos.
Carlos Moura