Diário de Notícias | “Passa ao outro e não ao mesmo”

Ana Jacinto alerta para o facto de a segurança das praias portuguesas, responsabilidade que compete às autarquias desde 2019, continuar a ser “empurrada” para os concessionários na maioria das praias. No artigo de opinião regular no “Diário de Notícias”, a secretária-geral da AHRESP explica por que não pode o Estado continuar a demitir-se de uma competência tão importante num país com mais de 800 quilómetros de costa.

“Há muito que Portugal é reconhecido como um dos países mais seguros do mundo, mas se há uma área da segurança que, sistematicamente, nos dá grandes dores de cabeça, é a segurança das, e nas, nossas praias.

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Será natural pensar-se que a segurança das nossas praias seria uma incumbência do nosso Estado, que a deve garantir, através dos nadadores-salvadores. Nada mais certo quanto ao princípio, nada mais errado quanto à prática.

De facto, por princípio, esta tarefa é do Estado, a quem cabe a gestão das praias, onde se inclui, entre outras, a assistência aos banhistas. Porém, na maioria dos casos, esta obrigação continua a ser “empurrada” para os concessionários das praias.

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Os concessionários não podem “fabricar” nadadores-salvadores. Eles têm de ser formados e disponibilizados. E há entidades que têm essas competências e a quem compete garantir um contingente que seja suficiente para as necessidades.

Portugal tem condições excecionais para poder ter uma época balnear alargada. São mais de 800 quilómetros de costa, o clima no Inverno é ameno e atrativo para muitos turistas de países mais frios, temos locais que permitem a prática de desportos náuticos durante todo o ano, mas para aproveitar todas estas potencialidades, é necessária uma análise e um estudo mais aprofundado, desde logo a questão da época balnear, mas sobretudo, a questão fora dela.”

Leia na íntegra o artigo de opinião de Ana Jacinto no “Diário de Notícias”